Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Domingo, 1 de Junho de 2008
Muda-se de líder, mantém-se a demagogia
Os militantes do PSD decidiram eleger, por uma curta vantagem, Manuela Ferreira Leite (MFL). Foi uma derrota para a ala dos Menezes, e outros que tais, cujo líder demissionário revelou a sua verdadeira face, na hora da despedida, ao qualificar de canalha quem constantemente minou a sua liderança.
No discurso de vitória de MFL, notou-se, pela primeira vez, uma sensibilidade para com os problemas sociais do País. Estranha preocupação esta, pois, no tempo em que foi Ministra das Finanças, essa preocupação era inexistente. Mais hilariante foi o facto de se revelar uma defensora da classe média, aquela classe que serviu de alvo de ataque para combater o défice na sua altura.
O PSD passa por ser um partido com características muito próprias, elegendo o populismo enquanto se mantém na oposição e praticando alguma demagogia enquanto está no poder (pelo menos recentemente).
Mas existiu outro facto peculiar nesta eleição interna do PSD: esfumou-se o surgimento de uma alternativa a este Governo, para algumas pessoas. Não que as mesmas tenham alguma alternativa, mas o simples facto de este governo ter combatido alguns privilégios corporativos acentuou o azedume desses sectores, que apenas destilam ressentimento por o Mundo estar a evoluir.
Para o PSD, ganhou alguém que é sério e que não se deixa cair no folclore dos Menezes e dos Lopes.
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Domingo, 24 de Fevereiro de 2008
O meu/teu/dele PSD o túnel e outros
Continua a saga da liderança, ou suposta liderança do PSD, repartida por duas cabeças. Esta saga tem-se revelado um tesouro de momentos menos bem conseguidos, completa ausência de ideias, facto já admitido por uma liderânça e pelo constante recorrer ao populismo. Isto tudo, claro, multiplicado por dois, pois o PSD tem uma dupla liderança. Portanto, a minha referência a mais um momento menos feliz deste partido, é transformada na realidade em duas referências, pois existem dois líderes. Vejamos então...
Um líder, o que foi eleito em eleições directas, o Luís Filipe Menezes, que após a multa aplicada pelo Tribunal Constitucional por finaciamentos ilegais, afirmou o o PSD "dele" nada tinha a ver com ilegalidades. Este líder, como a grande maioria dos líderes partidários no contexto nacional ou em contextos mais pequenos, sofre de um grande defeito, pensa que o partido é propriedade sua. Estes grandes líderes têm de se mentalizar que os partidos são propriedade dos militantes, que aderiram à estrutura por partilharem de conjunto em comum de ideologias e princípios e são os militantes que através de eleições, que eu creio que sejam minimamente legais e livres que escolhem os diferentes líderes para os mandatos que acharem necessários. No entanto, uma eleição ganha, não é uma escritura de compra de um partido.
Relativamente ao outro líder, o que ja foi Primeiro-ministro, no seu blogue escreveu um artigo sobre as últimas cheias na capital. Estava eu á espera de uma reflexão sobre as causas de tão grande impacto deste fenómeno natural nas populações e de algumas propostas para minimizar o sofrimento dos moradores em futuras cheias, mas não. Vejo um
artigo de auto-elogio ao Túnel do Marquês que não ficou inundado e afinal é um túnel seguro.
Num artigo posterior, vem como que uma queixa do tratamento dado pela SIC ao Primeiro-Ministro na sua última entrevista. Em vez que criticar as respostas e ideias apresentadas pelo José Sócrates, limitou-se a apontar um defeito à
democracia e a referir que ao contrário do Primeiro-Ministro, foi bastante mal tratado noutra entrevista, numa estação de televisão privada, propriedade de um antigo líder do seu partido. Hilariante, no mínimo.
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Domingo, 30 de Dezembro de 2007
PSD a dar tiros para o ar
Já desisti de tentar perceber este novo PSD. Se numa entrevista ao Expresso, o novo líder, Luís Filipe Menezes, prometeu de desmantelava o enorme peso do Estado, tirando do mesmo o Ambiente, as Estradas, a Energia entre outros sectores, e iria acabar com um suposto monopólio do Estado relativamente à Saúde e Educação.
Noutra entrevista ao
JN, um vice-presidente do Partido, promete rever os fechos dos SAP e manifesta a sua discordância contra um suposto desmantelar do SNS, ou seja de um serviço do Estado.
Moral da história, num dia deve-se acabar com o Estado, no dia seguinte, porque existem umas manifestações contra o fecho das urgências e outros serviços do SNS, o PSD muda radicalmente de discurso.
Será que ainda iremos ver este PSD a defender a Reforma Agrária????
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