Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista

Sábado, 7 de Julho de 2007
Um país de cagões?

"De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado. Na função pública principalmente, mas não só."
São José Almeida, PÚBLICO, 07-07-2007


Abre-se um jornal e lá vem mais um, escrever que o medo está instalado em Portugal; que este é um país de delatores, escondidos que nem piolhos ou percevejos, em cabeleira postiça ou frincha de cadeira de café rasca.

A malta já não pode ir ao café!
É que ir ao café sem poder contar e ouvir umas anedotas, não dá!

Ao ler o que ultimamente se escreve nos jornais sobre o medo que existe em Portugal, perde-se a vontade de falar, de dizer mal, de matar tempo com conversa fiada.

Conversa sem dizer mal de politico, não é conversa.

E boa conversa, só mesmo à mesa do café.

Mas agora não dá! É o medo!

O medo do olhar carrancudo do tipo de ar fechado que costuma parar na mesa ao lado da nossa sem pestanejar, quando nós nos rimos que nem desalmados, da última anedota da UNI, do deserto da margem sul; da charrua que depois de pegar, nem quer que lhe falem em parar; da terra do Padre Autarca que demorou um ano a dar conta de um insulto; do médico artista que afixou umas bocas desdentadas do Chefe da Saúde, na Unidade de Saúde da terra onde trabalha!

Já não vamos ao café!
</em>Não falamos no local de trabalho!
Na rua, andamos sempre de passo apressado, desconfiados de que alguém nos esteja a perseguir!

Deixámos de falar ao telefone, com medo das escutas!
Televisão? Nem vê-la! Não vão do lado de lá, ouvir as nossas lamentações da falta de dinheiro e da culpa do governo por essa míngua.

Já não são só os da margem sul!... Também nós, os do outro lado, nos sentimos quem nem camelos! Andámos para aqui cheios de medo de delatores prontos a montar às nossas costas, à custa das queixinhas que de nós estão prontos a fazer ao chefe do partido, responsável pelas nomeações, promoções na carreira, manutenção dos nossos empregos, enfim, garante do nosso bem-estar e da nossa liberdade!...

Acabaram-se as blasfémias contra os senhores que mandam.

Desconfio muito, ou aqueles barrigudos que costumam deambular pelas esquinas das nossas Vilas, não são mais que guardiões do politicamente correcto, com aparelhos de escuta disfarçados naquelas proeminentes barrigas.
Claro! Ou haverá quem acredite que aquelas barrigas são mesmo verdadeiras?

Medo, mais medo e sempre medo!
O que está a dar é dizer que se tem medo. É dizer-se perseguido, politicamente, claro.

Haja paciência...

Onde estão esses delatores? Quem tal denuncia, porque não põe os nomes aos bois? Porque se ficam pela especulação? Pelo diz que se diz?

Será o Governo tão eficaz que não se lhe pode fazer outra oposição que não seja criar fantasmas?

Ou esta do medo, é moda que pegou, depois de uma certa OPA não ter dado o que o dono de um jornal queria?

Não será, o falar-se do medo que não se vê, não se têm, nem se sente, esconder o medo de alguns, à não submissão do poder politico ao poder económico?

Esta campanha do medo, não será o estrebuchar de um certo poder económico, habituado a mandar e a ditar regras ao poder político?

Não é a reacção daquele poder que uns anos, dizia que não recebia recados do Governo, mas que antes os dava?

E os escribas do medo, não estarão eles ao serviço desse poder?

Os jornalistas não terão perdido a sua independência, não em face do poder político, mas do poder económico que controla os jornais onde trabalham?

Mas é sempre mais fácil falar de medo, de delatores, de perseguição, de ditadura e outras coisas que tais…do que falar de interesses instalados que não estão contentes com a independência do poder politico face ao poder económico.

Pequeno país este que tais cagões tem…


publicado por pena-fiel às 14:44
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Um país de cagões?

"De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado. Na função pública principalmente, mas não só."
São José Almeida, PÚBLICO, 07-07-2007


Abre-se um jornal e lá vem mais um, escrever que o medo está instalado em Portugal; que este é um país de delatores, escondidos que nem piolhos ou percevejos, em cabeleira postiça ou frincha de cadeira de café rasca.

A malta já não pode ir ao café!
É que ir ao café sem poder contar e ouvir umas anedotas, não dá!

Ao ler o que ultimamente se escreve nos jornais sobre o medo que existe em Portugal, perde-se a vontade de falar, de dizer mal, de matar tempo com conversa fiada.

Conversa sem dizer mal de politico, não é conversa.

E boa conversa, só mesmo à mesa do café.

Mas agora não dá! É o medo!

O medo do olhar carrancudo do tipo de ar fechado que costuma parar na mesa ao lado da nossa sem pestanejar, quando nós nos rimos que nem desalmados, da última anedota da UNI, do deserto da margem sul; da charrua que depois de pegar, nem quer que lhe falem em parar; da terra do Padre Autarca que demorou um ano a dar conta de um insulto; do médico artista que afixou umas bocas desdentadas do Chefe da Saúde, na Unidade de Saúde da terra onde trabalha!

Já não vamos ao café!
</em>Não falamos no local de trabalho!
Na rua, andamos sempre de passo apressado, desconfiados de que alguém nos esteja a perseguir!

Deixámos de falar ao telefone, com medo das escutas!
Televisão? Nem vê-la! Não vão do lado de lá, ouvir as nossas lamentações da falta de dinheiro e da culpa do governo por essa míngua.

Já não são só os da margem sul!... Também nós, os do outro lado, nos sentimos quem nem camelos! Andámos para aqui cheios de medo de delatores prontos a montar às nossas costas, à custa das queixinhas que de nós estão prontos a fazer ao chefe do partido, responsável pelas nomeações, promoções na carreira, manutenção dos nossos empregos, enfim, garante do nosso bem-estar e da nossa liberdade!...

Acabaram-se as blasfémias contra os senhores que mandam.

Desconfio muito, ou aqueles barrigudos que costumam deambular pelas esquinas das nossas Vilas, não são mais que guardiões do politicamente correcto, com aparelhos de escuta disfarçados naquelas proeminentes barrigas.
Claro! Ou haverá quem acredite que aquelas barrigas são mesmo verdadeiras?

Medo, mais medo e sempre medo!
O que está a dar é dizer que se tem medo. É dizer-se perseguido, politicamente, claro.

Haja paciência...

Onde estão esses delatores? Quem tal denuncia, porque não põe os nomes aos bois? Porque se ficam pela especulação? Pelo diz que se diz?

Será o Governo tão eficaz que não se lhe pode fazer outra oposição que não seja criar fantasmas?

Ou esta do medo, é moda que pegou, depois de uma certa OPA não ter dado o que o dono de um jornal queria?

Não será, o falar-se do medo que não se vê, não se têm, nem se sente, esconder o medo de alguns, à não submissão do poder politico ao poder económico?

Esta campanha do medo, não será o estrebuchar de um certo poder económico, habituado a mandar e a ditar regras ao poder político?

Não é a reacção daquele poder que uns anos, dizia que não recebia recados do Governo, mas que antes os dava?

E os escribas do medo, não estarão eles ao serviço desse poder?

Os jornalistas não terão perdido a sua independência, não em face do poder político, mas do poder económico que controla os jornais onde trabalham?

Mas é sempre mais fácil falar de medo, de delatores, de perseguição, de ditadura e outras coisas que tais…do que falar de interesses instalados que não estão contentes com a independência do poder politico face ao poder económico.

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Um país de cagões?

"De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado. Na função pública principalmente, mas não só."
São José Almeida, PÚBLICO, 07-07-2007


O que está a dar é dizer que se tem medo. É dizer-se perseguido, politicamente, claro.

Haja paciência...

Onde estão esses delatores? Quem tal denuncia, porque não põe os nomes aos bois? Porque se ficam pela especulação? Pelo diz que se diz?

Será o Governo tão eficaz que não se lhe pode fazer outra oposição que não seja criar fantasmas?

Ou esta do medo, é moda que pegou, depois de uma certa OPA não ter dado o que o dono de um jornal queria?

Não será, o falar-se do medo que não se vê, não se têm, nem se sente, esconder o medo de alguns, à não submissão do poder politico ao poder económico?

Esta campanha do medo, não será o estrebuchar de um certo poder económico, habituado a mandar e a ditar regras ao poder político?

Não é a reacção daquele poder que uns anos, dizia que não recebia recados do Governo, mas que antes os dava?

E os escribas do medo, não estarão eles ao serviço desse poder?

Os jornalistas não terão perdido a sua independência, não em face do poder político, mas do poder económico que controla os jornais onde trabalham?

Mas é sempre mais fácil falar de medo, de delatores, de perseguição, de ditadura e outras coisas que tais…do que falar de interesses instalados que não estão contentes com a independência do poder politico face ao poder económico.

Pequeno país este que tais cagões tem…

 

Abre-se um jornal e lá vem mais um, escrever que o medo está instalado em Portugal; que este é um país de delatores, escondidos que nem piolhos ou percevejos, em cabeleira postiça ou frincha de cadeira de café rasca.

A malta já não pode ir ao café!
É que ir ao café sem poder contar e ouvir umas anedotas, não dá!

Ao ler o que ultimamente se escreve nos jornais sobre o medo que existe em Portugal, perde-se a vontade de falar, de dizer mal, de matar tempo com conversa fiada.

Conversa sem dizer mal de politico, não é conversa.

E boa conversa, só mesmo à mesa do café.

Mas agora não dá! É o medo!

O medo do olhar carrancudo do tipo de ar fechado que costuma parar na mesa ao lado da nossa sem pestanejar, quando nós nos rimos que nem desalmados, da última anedota da UNI; do deserto da margem sul; da charrua que depois de pegar, nem quer que lhe falem em parar; da terra do Padre Autarca que demorou um ano a dar conta de um insulto; do médico artista que afixou umas bocas desdentadas do Chefe da Saúde, na Unidade de Saúde da terra onde trabalha!

Já não vamos ao café!
Não falamos no local de trabalho!
Na rua, andamos sempre de passo apressado, desconfiados de que alguém nos esteja a perseguir!

Deixámos de falar ao telefone, com medo das escutas!
Televisão? Nem vê-la! Não vão do lado de lá, ouvir as nossas lamentações da falta de dinheiro e da culpa do governo por essa míngua.

Já não são só os da margem sul!... Também nós, os do outro lado, nos sentimos quem nem camelos! Andámos para aqui cheios de medo de delatores prontos a montar às nossas costas, à custa das queixinhas que de nós estão prontos a fazer ao chefe do partido, responsável pelas nomeações, promoções na carreira, manutenção dos nossos empregos, enfim, garante do nosso bem-estar e da nossa liberdade!...

Acabaram-se as blasfémias contra os senhores que mandam.

Desconfio muito, ou aqueles barrigudos que costumam deambular pelas esquinas das nossas Vilas, não são mais que guardiões do politicamente correcto, com aparelhos de escuta disfarçados naquelas proeminentes barrigas.
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