Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Compostagem e afins...
A notícia publicada num órgão de informação local há umas semanas atrás acerca de que a central de compostagem, situada na zona industrial número 2 do concelho de Penafiel, estaria com funções, não de compostagem mas sim de simples depósito de resíduos verdes, veio relembrar-me a actuação desta Autarquia governada pela maioria de direita, em assuntos relacionados com o ambiente.
Começando pela compostagem, o facto atrás descrito descrito trata-se de uma total e completa falta de visão sobre as vantagens da compostagem. Este processo, se for aplicado a todos os resíduos orgânicos, que são aqueles susceptíveis de degradação biológica (compostagem), permitirá náo só a produção de quantidades razoáveis de composto que poderá ser utilizado como corrector de solos, como também diminuirá a quantidade em grande escala do volume de resíduos depositados em aterro, aumentando assim o tempo de vida útil destes. Parece no entanto, que devido a um problema de fácil resolução, preferiu-se deixar de contribuir para as boas práticas ambientais a nível municipal, notando-se a tal falta de visão.
Analisando, agora, a problemática do Aterro Intermunicipal, situado nas freguesias de Rio Mau e Sebolido, esta autarquia, demonstrou em toda a sua grandeza, a tal política das apalpadelas até encontrar o caminho certo, a tal falta de visão. Notando que o aterro estava a aproximar-se perigosamente da sua capacidade, que iria esgotar antes do tempo previsto, tratou-se de encontrar uma solução. No entanto, assistiu-se ao lançamento de duas possiveis soluções, o aumento da área e capacidade do aterro, ou a construção de um novo aterro noutro concelho do Vale do Sousa. E durante algum tempo assistiu-se a sucessivas tomadas de posição entre uma e outra solução pelos responsáveis governativos da autarquia, enquanto se realizava um estudo na FEUP, encomendado pela Associação de Municípios do Vale do Sousa, sobre a localização de um novo aterro. Aqui nota-se completamente a tal falta de visão em duas vertentes. A primeira, que lançam-se duas soluções e anda-se a testar o terreno de cada uma. A segunda vertente, e já relacionada com o primeiro assunto por mim escrito neste post, a falta de mecanismos de diminuir a quantidade de resíduos a depositar em aterro. Esta autarquia, em conjunto com as autarquias vizinhas e com a Ambisousa, necessita urgentemente de fortalecer a recolha selectiva de resíduos, a triagem dos resíduos urbanos recolhidos nos contentores normais, porque aí irão separar-se embalagens não separadas anteriormente, mas também será possivel existir separação da fracção orgânica e esta poderá ser encaminhada para processos de valorização orgânica. Estes processos poderão ser a compostagem e a decomposição anaeróbia, ou uma combinação dos dois, o que permitirá não só a produção de corrector de solos, como também a produção de biogás. Estando estas medidas implementadas, o tempo de vida útil dos aterros será mais longo, provocando assim menor necessidade de construção de novos aterros.
Relativamente à temática das águas e saneamento, já muita coisa foi dita e a mesma poderá ser consultada ou revista no blogues de politica local. No entanto, sobre este assunto direi apenas que, existe agora a oportunidade de uma vez por todas, colocar este concelho, entre os concelhos cuja rede de saneamento apresente uma cobertura quase de 100%, e que todos os esgostos sejam encaminhados e devidamente tratados nas respectivas ETAR`s.