Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
O plano em epígrafe, de nome completo "Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico", está em fase final de consulta pública, algo que poderá ser realizado através do site do
Instituto da Água.
Este plano, que pretende que em 2010, cerca de 70% da capacidade Hidroelétrica do nosso País esteja a ser explorada, apresenta, como se pode deprender metas bastante ambiciosas.
De uma maneira muito generalista, este Plano possui uma vantagem que salta logo à vista; é o simples facto de se aumentar a produção de energia eléctrica por este meio, que não é produtor de gases de efeito estufa, colaborando assim na baixa de emissões deste tipo de gases, que estão a provocar as alterações climáticas que já se fazem sentir. Outra vantagem a ser referida, reside no facto de se diminuir a dependência energética em relação ao Estrangeiro.
No entanto, nem tudo são boas notícias, mesmo a nível ambiental. As barragens possuem dois efeitos bastante preversos sobre o Ambiente. O primeiro diz respeito à biodiversidade, onde mesmo com as medidas necessárias para preservar a vida aquática, esta acaba sempre por sair bastante penalizada. O outro aspecto, concerne na quantidade de sedimentos que são retidos nas barragens, e que por sua vez não cumprem o ciclo natural de chegar ao mar. Ora estes sedimentos são de extrema importância pois alimentam as dunas das nossas praias. Sem a alimentação de areias necessária, a nossa costa fica bastante vulnerável às investidas do mar e à subida do nível médio das águas do mar.
E de certeza, que toda a gente ainda se lembra das imagens mostradas num Parque de Campismo na Costa da Caparica. è necessário realizar uma ponderação caso a caso, implementar medidas que diminuam os efeitos perversos das barragens que sejam consideradas indispensáveis. Caso tal não seja efectuado, diminuem-se a emissões de gases de efeito estufa por um lado, mas por outro colocamos a nossa costa mais vulnerável.