Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Domingo, 28 de Outubro de 2007
Demagogia no seu estado puro.
Esta manhã, tive a oportunidade de assistir a parte de um debate que estava a ser transmitido por uma televisão regional, cujos intervenientes eram representantes dos partidos representados no Executivo Municipal do Porto e cujo tema de debate era o balanço de dois anos do segundo mandato de Rui Rio.
Pelo lado do poder, estava o Presidente da Concelhia do PSD/Porto, o qual não me recordo do nome e um Vereador do CDS/PP.
Ora bem, a grande vedeta, pelos menos nos minutos que acompanhei este debate, foi sem dúvida o Vereador do PP. Combinando as fugas para a frente, com o uso e abuso da demagogia mais elementar, que nem um miúdo de dez anos engana, não se furtou a utilizar também o populismo à lá Paulo Portas. Quando questionado pela jornalista sobre o balanço sobre os 2 anos de mandato, o Vereador limitou-se a referir que a oposição, e que os Vereadores do PS, estavam muito ausentes na Assembleia da República ou então no Parlamento Europeu, e por consequência faltavam às sessões de Câmara.
Quando confrontado com problemas a nível social existentes no Porto, limitou-se referir que a comunicação social deveria organizar um debate de balanço ao Governo do PS, pois este estava a governar contra a Cidade do Porto e contra o seu Presidente. Bem, este ponto de vista, parece-me importado directamente dos ideais comunistas, em que o estado era o Grande Líder, neste caso, supostamente, a cidade do Porto é o seu Presidente.
São estas, duas situações concretas, que visualizei apenas em 10 minutos de debate. Caso tivesse visto o debate todo, este post estaria mais rico, não só com passagens idênticas à anterior, mas também com as contradições que o Vereador por vezes deixava escapar. Pena, este debate, não passar muito para a Opinião Pública.
</>
Sábado, 20 de Outubro de 2007
Ideologias
Parece que neste fim de semana, está a decorrer uma Universidade de Verão promovida pela Juventude Popular, na nossa cidade de Penafiel.
Também já frequentei universidades de Verão, organizadas essas pelo Partido Socialista. Devo referir que são importantes momentos de aprendizagem e de reflexão ideológica, pelo menos para mim, pois não vou a esses eventos para ser fotografado ou para ser visto por certas e determinadas pessoas.
Mas voltanto à universidade de Verão, organizada pela JP, devo referir que iniciativas como esta, são extremamente importantes, desde que produtivas e com os oradores certos, pois são parte importante da formação política dos elementos pertencentes a Juventudes Partidárias. E se existe Juventude Partidária que necessite de formação política em Penafiel, é mesmo a JP.
Que não me levem a mal os membros dessa organização, que só devo elogiar, pois organizaram um excelente debate sobre o passado referendo, no qual tive o prazer de participar. A grande responsabilidade, de a JP necessitar de definição ideológica, deve-se ao próprio partido. Fico muito na dúvida, se o PP, assenta a sua ideologia sobre uma matriz Democrata-Cristã, ou sob uma matriz Liberal, ou uma matriz conservadora, ou se simplesmente se rendeu aos caprichos do seu líder e optou pelo puro populismo.
Pelo que observo dos oradores, surge em primeiro plano o Vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, que partilha o poder com o PSD. Surge a seguir uma figura que queria, mas não conseguiu ser Vereador em Lisboa. Mas nota-se sobretudo a presença do Deputado Paulo Rangel, ideólogo de matriz neo-liberal, e da personalidade de Pacheco Pereira, esse também com traços fortes de neo-liberal, mas ambos pertencentes ao PSD. Será que estas personalidades por serem mandadas calar no PSD, estão amboas à procura de outro espaço?
Ou seja, vemos aqui um PP, ou neste caso, uma JP, num limbo ideológico, onde o espaço de separação do PSD actual, ao que parece é bastante esbatido.
</>
Sábado, 13 de Outubro de 2007
Mensagens desnecessárias
Na inauguração de um novo e amplo espaço de culto em Fátima uma Secretário de Estado do Vaticano, como se pode confirmar por
aqui , apelou a uma "rebelião" dos critãos contra os "senhores destes tempos", que exigem o seu silêncio "invocando imperativos de uma sociedade aberta".
Bem... por mim, bem hajam esses senhores destes tempos.
</>
Levanta-te
Levanta-te contra a probreza. Vai aqui e vê como. O mímino gesto pode fazer a diferença.
Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007
Claustrofobia Política
Nas comemorações do 25 de Abril deste ano, o Deputado eleito pelo PSD, Paulo Rangel, no seu discurso na Assembleia da República, referiu que o país estava mergulhado num clima de claustrofobia política, que existiam ameaças à liberdade de expressão. Nesta notícia, com o título de "
Santanistas e menezistas mandam calar Paulo Rangel ", o Sr. Deputado pode muito sentir o tal clima de claustrofobia política, não no país, mas onde menos esperava, no seio do seu partido.
Nesta notícia, destaca-se também a seguinte citação: "cerca de 9o% do grupo parlamentar do PSD gostaria de ter Santana Lopes líder", tal seria de esperar, pois o antigo Primeiro-Ministro que constituiu as listas de Deputados.
Resta saber, se o antigo governante vai ter o mesmo ou mais tempo, do que teve para provar que foi um péssimo Primeiro-Ministro.
</>
Sábado, 6 de Outubro de 2007
E agora?
Após a acalmia induzida e forçada das manifestações na Birmânia, resta saber onde estão os manifestantes, onde está a comunidade internacional, o que vai ser feito para melhorar a situação destas pessoas que vivem sob um dos regimes mais brutais do planeta?
Que vão fazer as democracias como a Índia, que sempre mantiveram esttritas relações de cooperação com a junta militar que cometou e comete crimes contra a humanidade?
Neste caso, a Europa, se quer manter uma posição de destaque político na comunidade internacional deve liderar a onda de exigências a estes militares que pouco fazem para defenderem o seu povo e a sua pátria.
</>
O lento regresso dos nacionalismos?
Com a discussão do futuro do Kosovo, vem-me à memória tempos passados em que se discutia o direito dos povos e das minorias étnicas a terem o seu proprio país, tendo por base uma ideologia nacionalista, em muitos casos um pouco extremista e violenta. Não quero com este artigo dar a minha opinião, mas simplemente deixar uma reflexão.
A questão do Kosovo, como já seria de esperar, não apresenta uma resolução consual entre as potências mundiais. O mundo ocidental apoia a independência deste território, ou pelo menos parte do mundo ocidental apoia. Já no entanto a Rússia e a China não vêm com muito bons olhos a independência deste território, optando por sugerir uma autonomia qb. Tal posição percebe-se perfeitamente, uma vez que o precedente aberto com a independência do Kosovo, poderia colocar em maus lençois estas duas potências, a braços com regiões que lutam por uma autodeterminação.
No entanto e olhando para o mapa, vemos que a Europa, já de si com bastantes países e etnias, poderá subdividir-se mais. Será que o último passo para a criação do estado, é o estado etnicamente puro? Embora a auto-determinação dos povos seja um direito dos mesmos, tem de se ter o devido cuidado para evitar o surgimento dos nacionalismos, pois estes já foram responsáveis pelas duas maiores guerras da humanidade.
>
Triunviratos
O triunvirato, é uma estrutura de poder ou de comando, constituída por 3 pessoas, sendo estas as controladoras da alçada e das competências do espaço ou contexto liderado por tal triunvirato. Na política, ja se assitiu por diversas vezes ao surgimento de triunviratos. Um famoso, que até chegou a ser tema de capa da revista Time, foi o célebre triunvirato formado por Costa Gomes, Vasco Gonçalves e Otelo Saraiva de Carvalho, nos tempos do PREC. No entanto, colocando a objectiva no presente, vemos um possível triunvirato a ser formado no PSD. Será ele constituído pelo líder eleito, Luis Filipe Menezes, Santana Lopes e a terceira vaga pode ser disputada por Ribau Esteves ou Rui Gomes da Silva. Estes exemplos de triunviratos são exemplos a nível nacional, mas a nível local, também existem vários triunviratos nas estruturas políticas locais, sendo até o local mais propício para a criação dessas estruturas de poder. Fica aqui esta reflexão, ou simples recordação com uma actualização desta estrutura de poder, o triunvirato.