A sondagem aqui publicada demonstra o alheamento da população do Vale do Sousa pela actividade dos seus executivos municipais e a incapacidade da Região para sentir os problemasque a afectam e que são revelados pelos seus índices de desenvolvimento que a colocam entre as regiões menos desenvolvidas do País.
Se o balanço do desempenho dos executivos municipais que aqui é referido, é positivo – 65% de respostas de muito positivo e positivo em Lousada, 54% em Penafiel, 44% em Paredes e 42% em Paços de Ferreira, por contraponto aos 6% de respostas negativas ou muito negativas em Lousada, 5% em Penafiel, 11% em Paredes e 14% em Paços de Ferreira – já o conhecimento dos inquiridos das áreas com melhor e com pior desempenho em cada um dos concelhos, deixa claro que aquele balanço é feito em função de critérios que não os do concreto conhecimento da actividade municipal.
Na verdade, este estudo de opinião deixa evidente que os inquiridos desconhecem a concreta actividade municipal dos seus concelhos, facto este demonstrado nas respostas à pergunta de qual a área com melhor desempenho e qual a área com pior desempenho.
Àquelas duas questões, respondem que não sabem, respectivamente, em Lousada 31% e 51% dos inquiridos, 41% e 54% em Penafiel, 38% e 42% em Paredes e 38% e 41% em Paços de Ferreira.
Curiosamente, nos dois concelhos em que o balanço da actividade municipal é o mais positivo, é precisamente onde a percentagem dos que respondem que não sabem qual a melhor e qual a pior área da actividade municipal, é mais elevada.
Daqui se conclui que aquele balanço é mais o resultado de uma boa gestão de imagem dos Presidentes de Câmara que a avaliação efectiva do trabalho desenvolvido pelos executivos municipais.
No Vale do Sousa a imagem continua a sobrepor-se à substância e, por isso, não admira que este continue a ser o “Vale dos Sonolentos”, como o caracterizou o Prof. Daniel Bessa.
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