Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Quando a situação económica e social do exemplo dos neo-liberais começa a degradar-se a olhos vistos, os fundamentalistas do mercado desregulado, realizam a conhecida fuga para a frente, defendendo que afinal os EUA, já não são o um
país de políticas liberais.
Por esta e outras reacçõesl, começa-se a notar uma linha de separação dos neo-liberais Norte-americanos dos Neo-liberais Europeus. Os primeiros já começam amentalizar-se do fracasso das políticas de desregulamentação do mercado, enquanto os segundo ainda continuam na utopia, um pouco à semelhança dos comunistas antes da queda do Muro de Berlim.
Parece que alguns vícios populistas estão a escapar-se para a Direita blogosférica, algo que me provoca uma certa estranheza, pois os mesmos não se candidatam a eleições e nem formam um partido político.
O artigo em questão está intutilado "
Uma faceta humana: A oportunidade da direita", contém uma pequena introdução que não vale a pena ser referida, pois o interessante surge depois.
Vejamos:
"Por esta razão, estamos no momento certo para os partidos de direita apresentarem um discurso novo. Não precisa que seja 100% liberal."- Exacto, não será 100% liberal, pois o suposto novo discurso "esquece-se" das grandes fraquezas que as políticas de total liberalização do mercado possuem.
"Um discurso que aposte nas pessoas, na sua liberdade. Liberdade de ensino, traduzido na livre escolha das escolas e dos programas escolares" - livre escolha de escolas existe agora, quem não quiser ir pelo ensino público, caso tenha possibilidades, pode muito bem ir para o ensino privado. No que diz respeito à escolha dos programas escolares, estes se fossem de livre escolha, de certo que em muitos meios, os programas não acompanhariam a constante evolução da sociedade, sobretudo em temáticas de grande interesse e pertinência para as gerações escolares. No entanto sou obrigado a referir que existe acutalmente um centralismo excessivo das orientações curriculares.
"Liberdade no acesso à saúde, traduzido na possibilidade de subscrição de seguros de saúde" - Essa possibilidade já existe para quem possuir possibilidades finaceiras para tal. No entanto, o Estado deve assegurar os cuidados de saúde para os que não têm possibilidades económicas de escolherem seguros de saúde. Ou seja, seria uma liberdade envenenada, pois as escolhas seriam, quem tinha dinheiro tinha cuidados de saúde, quem não tinha direito não tinha cuidados de saúde.
"Um discurso novo que fale numa descentralização do Estado que não passe pela regionalização, antes aproveite o que já existe a nível dos municípios" - Este modelo de descentralização referido, é o que actualmente existe com as Associações Municipais e Comunidades Urbanas, e pelo o que se tem visto, não dado muito resultado.
"Um discurso que não esqueça a necessária liberalização da lei laboral (...), como forma mais eficaz de promoção do crescimento económico" - Este cliché, que tem vindo a ser vendido pela direita, poderá traduzir uma rigidez laboral existente em Portugal. Algo totalmente errado no que diz respeito a despedimentos, pois Portugal é um dos países da UE que apresenta maior precariedade de trabalho.
"Que desregulamente a actividade económica." - Uma actividade económica desrregulamentada, produz bolsas de pobreza e carencias sociais bastante extensas e tem o efeito perverso de criar paralelamente uma pequena percentagem de população que detem uma grande parte da riqueza produzida.
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Existe uma corrente ideológica, bastante implementada no Mundo actual. Encontramos o seu paraíso nos Estados Unidos, por enquanto, vemo-la, a ideologia, a implementar-se perigosamente na Europa, e só não vemos os Partidos Portugueses da linhagem "neo-liberal" a defende-la inequivocamente, porque os mesmos estão mais interessados em populismo. No entanto, e elogio, a defesa cerrada que é feita a esta ideologia na blogosfera. Elogio, mas critico a visão distorcida de liberdade que esses senhores "liberais" têm. Infelizmente e mais uma vez, um rótulo ideológico foi abastardado pela Língua Portuguesa, ou pelos próprios políticos portugueses.
Dúvidas?
Basta ler
este artigo que vem em seguimento do anterior.
Via
Esquerda Repúblicana
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Encontrei estas citações retiradas de jornais:
«As confederações patronais da indústria e do comércio querem que as empresas passem a poder despedir trabalhadores quando pretendam renovar os seus quadros de pessoal. (...) Para a organização patronal dirigida por Francisco Van Zeller, a possibilidade de despedir não pode limitar-se a casos de motivos disciplinares, de inadaptação do trabalhador ou de necessidade de reduzir pessoal, "daí que a renovação do quadro deva ser integrada como fundamento legitimador" para a dispensa do trabalhador.» (Público, 5/2)
Via
Esquerda Republicana“Um trabalhador que esteja cansado física ou psicologicamente – porque está mais velho, porque tem problemas familiares, porque trabalhar naquela empresa não era exactamente o que pretendia ou porque se desinteressou do trabalho – deve poder ser despedido por justa causa”, defendeu em conversa com o Correio da Manhã Gregório Rocha Novo, membro da direcção da CIP.Via
Correio da ManhãComentário: Os trabalhadores não são mercadoria, são seres humanos.