Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Rússia de Putin
Putin, confirmou mais uma vez a eficácia do seu poder na Rússia. Trouxe a mesma para um papel de destaque na cena internacional após a desintegração da União Soviética, está a investir no seu arsenal e mantém uma relação complexa com a Europa usando o gás natural como moeda forte. Neste ano apareceu um Putin desafiante aos EUA em diversas matérias, desde a instalação de bases de mísseis na Polónia e Republica Checa, passando pelo estatuto do Kosovo e também pelo auxílio ao Irão. Para o exterior vimos um Putin com um novo fôlego e uma ânsia de ter algo a dizer nos destinos do mundo. A nível doméstico, a Rússia continua um país dilacerado pela corrupção transversal a todos os níveis da administração pública, assiste-se à continuação da condenação de um povo pelo pretexto do terrorismo e à cada vez mais inacessível liberdade de imprensa.
Sarkozy
Este senhor tem sido uma revelação para todos os não apostavam nele. Em campanha contra Royal, pareceu um Sarkozy xenófobo, repressor, antiquado, ultra-conservador, demasiado pró-americano tendo em conta que é Francês. No entanto, ganhas as eleições, notou-se a faceta de hiperactivo neste estadista. Começou por ele a sugestão de se elaborar um tratado simplificado de modo a retirar a Europa da estagnação institucional, negociou a libertação de prisioneiros na Líbia e foi uma das figuras na recente cimeira Europa-África. A nível interno, propôs-se a acabar com os regimes especiais de reforma a função pública, facto pelo qual levantou uma imensa contestação. Fica para 2008 o desfecho desta história.
Polónia
A Polónia deixou finalmente de ser um entrave e uma ovelha negra na União Europeia. O reinado dos monozigóticos de extrema-direita desfez-se com a derrota do irmão que ocupava o lugar de primeiro-ministro. Embora tivesse sido eleito alguém mais moderado, não deixa de ser curioso, que a alternativa escolhida à extrema-direita seja o neo-liberalismo. Fica por saber o que aconteceu ao centro-esquerda.
Presidência da EU
A Presidência rotativa feita por Portugal revelou-se um sucesso. A Europa desbloqueou-se em Lisboa, com um Tratado com o mesmo nome da capital do País que acolheu, para além das negociações para quebrar o impasse institucional, uma cimeira Europa-África, entre outras. Certo que existiu uma cimeira Europa-Rússia, sempre marcada pela problemática dos direitos humanos na Rússia e pela dependência energética da Europa relativamente a este colosso, no entanto, foi a cimeira Europa-África que marcou definitivamente uma agenda mundial.
Paquistão
No Paquistão assiste-se a mais uma consequência nefasta da guerra mal dirigida pelos EUA contra o terrorismo. Esquecendo totalmente as razões porque as massas de população aderem facilmente ao extremismo, o combate ao Terrorismo tem tido apenas um efeito sobre os sintomas do mesmo não actuando sobre as causas, ou antes pelo contrário, cria mais razões para a propagação do mesmo. Intitulando-se defensor da democracia e de implementador de democracias neste mundo, Bush, aliou-se a uma ditadura militar corrupta para cumprir tal tarefa. Resultado, o poder dos extremistas nas zonas tribais cresce a olhos vistos e a última esperança de deter este crescimento foi assassinada, em circunstâncias que seriam interessantes serem perfeitamente esclarecidas, ficando o Paquistão nuclear, refém de outro General golpista apoiado pelos EUA, ou refém dos extremistas caso estes cheguem ao poder.
Darfur
Nesta região está a agudizar-se um desastre humanitário, sem que a ONU tenha a capacidade de intervir com mão firme. É uma região, não muito rica e que está inserida numa potência regional, razões pelas quais o mundo ocidental não elegeu este problema como uma das suas prioridades.
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