Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
O PIDDAC para 2008 não é nada generoso para a região do Vale do Sousa.
Quem ajuizar das necessidades de cada região pelo PIDDAC, vai julgar que o Vale do Sousa é das mais desenvolvidas do país.
Puro engano. A nossa região, infelizmente, há muito que está mergulhada numa grande depressão.
Alguns autarcas reclamam para a região um plano especifico de desenvolvimento. A situação em que nos encontramos justifica-o e exigi-o.
Entendo que só uma diferente organização do nosso território permitirá criar as sinergias necessárias a uma nova visão das realidades mais periféricas como a nossa.
A nossa região precisa de uma classe política legitimada com poderes sobre municipais, que permita politicas a uma escala suficiente a investimentos públicos estruturantes que repensem a economia desta região, criando os instrumentos necessários a um novo modelo de desenvolvimento.
A regionalização é a tábua de salvação para esta região.
Com o actual modelo de organização do território dificilmente a região encontrará as parcerias que lhe permitam despertar da depressão em que mergulhou.
O investimento público na região é escasso e a generosidade da Administração Central raramente é ditada por imperativos de políticas de desenvolvimento sustentado.
Nos últimos anos os PIDDAC para o concelho de Penafiel viveram inflacionados pela tragédia de Entre-os-Rios. Agora que a memória do trágico acontecimento da queda da ponte Hintze Ribeiro começa a diluir-se na bruma do tempo, o PIDDAC reflecte o esquecimento de uma região que não é carne, nem peixe, o mesmo é dizer, nem área metropolitana, nem interior.
Não se compreende, de facto, o reduzido montante previsto em PIDDAC para Penafiel.
Estou certo que os deputados eleitos pelo círculo eleitoral do Porto e com especiais ligações ao Vale do Sousa, seguramente, não deixarão de fazer valer os seus argumentos – e serão muitos – para que se produzam alterações naquele documento de forma a que, a versão final, seja mais condizente com as nossas necessidades.
Não entendo que o IC35 e a EN 15, mais uma vez sejam ignorados, não havendo nenhuma verba inscrita em PIDDAC para que a primeira daquelas vias rodoviárias saía do papel e a segunda conheça os melhoramentos que, ano após ano, nos são prometidos e nunca concretizados.
A fazer fé nas declarações do Presidente da Câmara de Penafiel, essas verbas “deverão ficar inscritas num outro plano de investimento com um novo modelo de gestão”.
Assim seja, embora as dúvidas manifestadas por aquele autarca não permitam grandes sossegos. Como ele admitiu, as câmaras da região “ainda não sabem muito sobre o assunto”.
Mais que“lembrar o assunto para não ficar esquecido” como sugere o Presidente da Câmara,é preciso gizar uma estratégia que permita à região falar a uma só voz, ganhando a força necessária para exigir da Administração o tal plano de desenvolvimento estratégico de que se ouve falar, principalmente, em anos eleitorais.
E como as eleições estão ai tão perto… vamos lá que amanhã já se faz tarde…