Blog da responsabilidade de Nelson Correia, Advogado, Vereador na Câmara Municipal de Penafiel, deputado na IX Legislatura e militante do Partido Socialista
Falta cerca de um ano para as próximas eleições autárquicas.
Os partidos vão arrumando as questões internas, preparando-se para o combate eleitoral que se aproxima.
No PSD, como é habitual nos partidos do poder, escolheram o presidente da Câmara em exercício para líder da respectiva Comissão Politica, não deixando dúvidas para o que já se sabia há muito tempo: Alberto Santos, apresentar-se-á a votos pela terceira vez e pela terceira vez fá-lo-á acompanhado de Antonino de Sousa, reeditando a coligação “Penafiel Quer”.
No PS, depois das eleições para a Comissão Politica que, em lista única, ditaram a reeleição de Micael Cardoso, a questão da escolha do candidato para as próximas eleições ficou, naturalmente, resolvida: António de Sousa Pinto será o candidato.
No outro habitual concorrente, a CDU, penso que será retomada a tradição e, muito provavelmente, Jesus Ferreira encabeçará esta candidatura.
Tenho dúvidas que o Bloco repita a experiência de 2005.
Porém, se o Bloco decidir ir a votos, não ficaria nada surpreendido se a escolha do seu candidato à Câmara Municipal recaísse numa personalidade com ligações ao PS.
E por aqui se ficarão as candidaturas.
A esperança dos que sonham com uma candidatura independente, por ora, será apenas isso, esperança de alguns, e nada mais.
A participação feminina na vida política do concelho tem sido insuficiente para que a lei da paridade não levante problemas na constituição das listas.
Creio que todos, principalmente as duas candidaturas com expectativas de vitória, gostariam que a lei eleitoral para as autarquias locais fosse alterada, a tempo de, já nas próximas eleições, haver apenas uma candidatura municipal – a candidatura à Assembleia Municipal - sendo presidente de Câmara o primeiro da lista mais votada e o executivo municipal por ele escolhido, entre os membros eleitos da Assembleia.
Esta era a melhor forma de contornar a imposição da lei da paridade que obriga a uma alteração profunda na constituição das listas, tendo as candidaturas que investir numa maior participação das mulheres, sob pena de ficarem sem o apoio do Estado nas despesas da campanha eleitoral.
Hoje, em nove lugares, tantos quantos os do executivo municipal, não há uma única mulher – cumprida a lei da paridade, pelo menos, três dos homens que estão a vereadores, terão que dar o lugar a mulheres, servindo-lhes de consolação, a garantia que, por força da mesma lei, nunca aquelas terão a predominância que hoje eles têm.
Por mais feminista que uma candidatura seja, terá sempre que gramar com 1/3 de jarrões, quanto mais não seja, porque o subsidio do Estado para a campanha é imprescindível e com os tempos difíceis que por ai vão, não é expectável que os donativos particulares sejam generosos o suficiente para cobrir os encargos que uma campanha eleitoral gera.
Seja como for, esta questão da paridade parece ser, pelo menos para as duas principais candidaturas, a única dificuldade interna.
As respectivas lideranças são incontestadas e as previsíveis escolhas amplamente convergentes.
As duas irão a votos na plenitude das suas forças.
As duas, apenas dependerão da capacidade dos seus protagonistas para convencer os eleitores de que são portadoras do melhor projecto e, por isso, merecedoras do respectivo apoio.
No próximo acto eleitoral autárquico, é certo, que as questões internas que tanto atormentaram os candidatos nos últimos actos eleitorais – em 97, os do PSD e depois disso, em 2001 e 2005, principalmente neste ano, os do PS – deixarão de estar presentes.
E, assim, é que está bem.