Pois esse caminho também não o quer o PS, por isso é que o Jerónimo devia antes dizer onde é que o PS falha e o que devia fazer.
Mas só mesmo o Jerónimo para prometer sol na eira e chuva no nabal, como o ar mais natural de quem o consegue com uma perna às costas...
O PC do Jerónimo tem sempre as melhores soluções para tudo.
O Jerónimo sabe como resolver todos os problemas, mas não o diz, não vá o Sócrates copiar.
Estará o Jerónimo à espera de ganhar as próximas eleições para finalmente dizer quais as soluções do PC para resolver os problemas do país?
Dizer que o "sentimento de insegurança aumentou" ,é dizer o que qualquer um dos militantes da festa do Avante dirá, sem preocupação com outros indicadores que não seja o alarme social provocado pela repetição de noticias de crimes, tenham eles a natureza que tiverem; que o Governo nada faz para o impedir é o que dirá esse mesmo militante que não tem ideia, nem quer ter, das medidas do governo.
Basta-lhe que o Governo seja do PS, para ter a certeza que não faz nada, ou quando faz, é a razão de todo os males do mundo.
A Jerónimo enquanto líder de um Partido que é farol sindical, exige-se mais. Exige-se que aponte o que ele entende serem as falhas do governo e que diga o que faria se fosse o Primeiro Ministro de Portugal.
Isso é que dava jeito ao país, até para que alguns sindicalistas ficassem a saber qual a luz do farol...
Mas para isso é preciso muito mais que a habitual demagogia do bom do Jerónimo.
O Jerónimo, como a outra, falou, mas "em Abrantes tudo ficou como dantes".
E, finalmente, a Dr.ª Manuela falou.
O que disse?
O que as avós, sem assunto e falhas de imaginação, costumam dizer aos netos.
O que a Dr.ª Manuela disse, só mesmo para entreter os seus netinhos, é que netos mais crescidinhos já não engolem estas velhas histórias do “bicho papão” que as oposições costumam debitar, na falta de assunto.
Foi do “bicho papão” que a Dr.ª Manuela falou.
Queixou-se de um governo que, segundo ela, tudo controla e a todos controla.
Falou de uma central de informação governativa que distorce a verdade e cega os cidadãos.
Com a democracia nesse estado, e a Dr.ª Ferreira Leite, tanto tempo calada!!!
Pois. Melhor calada que dizer nada.
A Dr.ª Manuela não está para os enfados da oposição, sente-se bem melhor no papel de avó.
Mas tanto insistiram em que a senhora devia falar que ela falou.
Quando os netos pedem, insistem e voltam a pedir, avó que se preze conta-lhes uma história, fala-lhes das coisas passadas, não lhes diz, que nada diz, porque não quer que eles aprendam com ela.
Mas a verdade, verdadinha é que este ainda não era o tempo para a Dr.ª Ferreira Leite falar.
Mas falou.
Para os netos até que foi bom.
Claro que eles já não vão em “bichos papão”, mas pelo menos ficaram a saber que a avó ainda é viva! Melhor. Ficaram a saber que a sua querida avozinha, afinal, não ficou muda.
Para o País é que é uma chatice. A Dr.ª Manuela Ferreira Leite falou e Portugal continua sem oposição.
O Vale do Sousa, há muito qualificado como o “Vale dos Sonolentos”, tarda a emergir da letargia que o atirou para os últimos lugares de qualquer um dos vários rankings de desenvolvimento, seja no contexto das regiões da Europa, seja entre portas nacionais. Os desafios de modernização de ontem continuam aqui a ser os mesmos. De substancial, os índices de desenvolvimento, quando comparados com os das demais regiões, em nada se alteraram. Se estávamos na cauda, agora estamos no rabo, o que convenhamos, de diferente só tem a semântica usada nas explicações deste fado que empurra a região para uma inércia que persiste em reinar. Ontem como hoje, as apostas para o desenvolvimento da região passam por políticas qualificadoras das pessoas para a sociedade do conhecimento; pelas tecnologias, de forma a ultrapassar o atraso científico e tecnológico; pela inovação, antídoto para a dependência doentia e desmoralizante de indústrias há muito gastas e incapazes de acompanharem as exigências da globalização. Políticas que continuam a ser prementes, pese algumas luzes que aqui e ali vão surgindo, mas sempre numa lógica de paróquia, a ver quem ganham a quem, de quem de entre os pequenos é o maior. A região do Vale do Sousa vista a seis, tantos quantos os municípios tradicionalmente agrupados, seja na versão da defunta Associação de Municípios, seja na moribunda, com pena de morte marcada, Comunidade Urbana, continua hoje tão deprimida quanto o era ontem. E no quadro em que a ComUrbe tem funcionando, nada se alterará, quando muito podem os nossos autarcas reforçar os seus laços de amizade, em mais uma ou outra viagem, de trabalho, é claro, ainda que igualzinho aos dos senhores doutores e as suas Convenções além atlântico. No que importa à região, não foi com nenhuma daquelas formas de organização do território que se fomentou a coesão e a solidariedade deste espaço regional. Para demonstrar que o interesse de capela sempre prevaleceu sobre preocupações de desenvolvimento sustentado e de lógica supra municipal, basta atentar nas reacções locais aos anúncios de investimento público ou até privado para a região – a cada proclamação de investimento, a coesão, a solidariedade e a racionalidade da localização do investimento sempre virou batata, preocupando-se cada um em garantir o investimento para a sua terra, numa lógica de bairrismo serôdio e doentio. Estou em crer que a NUT TAMEGA, alargada a quinze municípios, em nada virá alterar o triste fado da região. Continuaremos a ter cada um a lutar por si e a esquecer que o melhor para cada um, só pode ser o melhor para todos. A coesão e a solidariedade territorial serão a chave da viragem que a região precisa. Mas para haver coesão e solidariedade, o quadro legal das novas regiões tem, necessariamente, que passar pela legitimidade democrática dos seus dirigentes. Sem que os órgãos desta nova região resultem do veredicto popular, é certo que cada um dos Presidentes da Câmara não conseguirá olhar para além do umbigo do respectivo concelho, que intuam que em terra de gente pobre, sem união não há força e sem força tão pouco uma IC conseguiremos fazer avançar – há quantos anos o IC 35 está no papel?! E não é nesta região, estaticamente considerada das mais pobres que teremos portagens nas SCUTS? Pois é! Mas que outra coisa esperar, se por aqui persiste-se em enxergar apenas o pequeno quintal de cada um, ao ponto de, passados todos estes anos de experiência comum de organização do nosso território, haver ainda quem tenha dúvidas, quanto à integração dos seus Municípios na NUT Tâmega ou na Área Metropolitana do Grande Porto, (ao que parece, apenas por esta ser mais rica que aquela). E porque o principal problema da nossa região, de todos os nossos concelhos, é a pobreza (a material, dos salários baixos, das insolvências, da fuga para o exterior em busca da vida que aqui persistem em nos roubar, a imaterial, da desqualificação, do abandono escolar) – deixemo-nos de comparações entre nós. O que muito grande nos pareça, em comparação com o dos outros, será sempre coisa pequena! No próximo ano, o país será chamado, por três vezes, a escolher os seus representantes, no Parlamento Europeu, na Assembleia da República e nas Autarquias. Impõe-se que as diferentes bússolas políticas da região comecem a dizer com clareza e com sentido de compromisso, os caminhos que preconizam para este Vale.